SANEAMENTO BÁSICO: UM DIREITO DE TODOS

 

Por Mamed Dankar


O conceituado Instituto Trata Brasil já havia apontado que a capital acreana estava entre as 10 piores cidades com relação ao serviço de água e esgoto, onde apenas 88,1 mil têm coleta dos esgotos e pouco mais de 221 mil à água potável. Ou seja, cerca de 78,3% dos moradores de Rio Branco não têm acesso ao básico. Além do baixo acesso aos serviços de saneamento básico, o Acre é um dos estados que mais perde água potável nos sistemas de distribuição devido aos vazamentos, furtos e erros de leitura dos hidrômetros.

Com pessoas tomando água contaminada e convivendo com esgotos a céu aberto, o reflexo acontece na saúde da população e no sistema básico de atendimento a saúde, principalmente na rede pública, uma vez que existe a exposição a esses ambientes onde acontecem as incidências a doenças como: Leptospirose, Disenteria Bacteriana, Esquistossomose, Febre Tifóide, Cólera, Parasitóides, além do agravamento das epidemias tais como a Dengue.

Esse serviço essencial, até hoje prestado pelo DEPASA, ao longo dos anos passou por quatro mudanças institucionais, desde a sua implantação em 1957, a saber: para autarquia estadual em 1969, para companhia estadual em 1971, para autarquia municipal em 1997 e o seu retorno para autarquia estadual em 2012, completando a quinta mudança agora, com esse anúncio de retorno ao município.

O certo é que a população vem sofrendo anos após anos, com um serviço precário, onde ele ainda existe, que só chama a atenção dos políticos pelas possibilidades de "emplacar" apoiadores nos cargos mais elevados, de altos salários, pelo volumoso recurso financeiro disputado nas licitações, e pelo verdadeiro curral eleitoral implantado pela contratação de mão-de-obra terceirizada, que geralmente retribui nas eleições, àqueles que patrocinaram o referido emprego.

SANACRE, DEPASA, SAERB...todas essas instituições têm pessoas nomeadas e recebendo um bom salário, para administrá-las, geralmente apaniguados de detentores de mandatos, e que com certeza, estão entre os que possuem água tratada e serviço de coleta de esgoto.

Um serviço essencial, que deveria ser tratado com mais respeito, nos últimos anos virou caso de polícia, com denúncias de corrupção que levaram dirigentes à prisão, além de presença diária e quase obrigatória, nos noticiários locais com reclamação por parte da população.

O que chama a atenção é a inércia da maioria dos vereadores, que não se posiciona, com argumentos sólidos, sobre esse retorno dos serviços ao poder municipal, bem como sobre a suposta privatização do sistema de água e esgoto.

Você é contra ou a favor da privatização???





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