Evidente que todos somos
favoráveis que os direitos trabalhistas e salários dos servidores sejam pagos,
de preferência dentro dos prazos estabelecidos pela legislação vigente. São
profissionais que desempenham suas funções de forma heroica, sem as condições
mínimas para garantir a segurança das pessoas que transportam, na sua maioria
de baixa renda.
O problema é que os recursos
públicos, oriundos dos nossos pagamentos de tributos, taxas e contribuições,
devem ser usados de forma justa e igualitária, sem desmerecer ou privilegiar
categorias, ainda mais de grandes empresários que há anos detêm o monopólio no
negócio de transportes coletivos, na nossa cidade.
A justificativa que a prefeitura
apresenta, de que a Pandemia causou grandes prejuízos pode e deve ser
questionadas, principalmente sob dois aspectos:
1 – Esses atrasos nos pagamentos
e depósitos dos direitos trabalhistas dos servidores, antecedem à Pandemia, são
problemas crônicos denunciados pelos próprios empregados das empresas de
ônibus;
2 – O argumento de prejuízos
causados pela Pandemia, também deveria ser estendido aos demais setores da
economia, como por exemplo o setor produtivo, autônomos e pequenos
empreendedores, entre outros, que por conta de Decretos Governamentais, ficaram
impossibilitados de comercializarem sua produção ou desenvolverem suas
atividades, e com isso amargaram e ainda amargam enormes prejuízos.
E agora?? O que dizer?? O que aconteceu para o prefeito mudar de opinião?? Para quem bradava que não tinha o rabo preso com os empresários, e que ao assumir abriria o que ele chamava de “caixa-preta”, essa nova postura causa no mínimo, estranheza, pois seis meses se passaram e a prestação dos serviços só tem piorado, com poucos ônibus em circulação e com tempo de espera nas paradas, muito acima do normal. Será que existe uma caixa-preta?? Ou teria ela mudado de cor??
Mais uma vez a responsabilidade
estará nas mãos dos vereadores, que terão que tomar uma decisão, sem meio
termo, sem muro para subir. Ou atendem aos desejos do prefeito e votam
favorável a distribuição de dinheiro público, para salvar “os coitados” dos
empresários espertalhões, deixando outros setores da economia sem nenhuma
ajuda, ou brecam essa imoralidade e propõem medidas mais definitivas, como a
abertura de um novo processo licitatório, dando oportunidade para que outras
empresas possam vir prestar um serviço de qualidade, respeitando seus
servidores e usuários.
O que não dá para entender é por
que o prefeito insiste em manter a concessão nas mãos de empresas que ele mesmo
acusava de colocar dinheiro em campanhas de prefeitos e vereadores; acusava de
serem sucateadas e de prestarem um péssimo serviço; acusava de praticar preços
exorbitantes. É meus amigos e amigas, as coisas mudam!
Que os empresários façam igual a todos os mortais, quando precisam de dinheiro para sanar suas dívidas, peguem empréstimos e paguem o que deve aos funcionários. O prefeito não pode “fazer cortesia com o chapéu alheio.”
Por Mamed Dankar
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