NÃO PRECISA HUMILHAR
Muito decepcionado ao ler uma a
publicação veiculada nos principais sites de notícias de Rio Branco, na qual o
Governo do Estado do Acre informa, mais uma vez o adiamento do prometido
reajuste salarial aos servidores públicos.
Sou servidor público há quase 36
anos, por total opção, pois oportunidades não me faltaram de trabalhar em
outras instituições, inclusive uma federal, ou mesmo no setor privado, mas parece
que minha vocação de servir está diretamente vinculada ao setor público do meu
estado, do qual me orgulho de sempre ter servido com respeito e dignidade.
Causa grande preocupação, ao
olhar um contracheque de 2014 e comparar com o do mês de janeiro de 2022 e ver
que não tivemos aumento salarial nenhum, nos deixando sempre com a missão de
promover mudanças e alterações na vida familiar, o chamado “arrocho”,
considerando que o custo de vida aumenta a cada dia, puxado principalmente pelo
auto preço dos alimentos e combustíveis.
O que causa mais indignação é
observar os disparates de gastos inócuos e desnecessários, em detrimento de uma
valorização de pais de famílias que se sustentam, pelo menos tentam, dos
salários pegos pelo governo. Existe
verba para aumentar o valor das emendas parlamentares individuais de 500 mil
para 1 milhão de reais, dinheiro para pintar e repintar caixa d’água da seis de
agosto, para nomeações de apadrinhados políticos, e para viagens e reuniões
infrutíferas, que não trazem benefícios ao povo acreano; mas para o servidor
público sempre existirá o fantasma do teto da responsabilidade fiscal e o
temido impacto na folha.
Lembro que as promessas foram
feitas de formas deliberadas pelo próprio governador, que já propagou em alto e
bom som, que não depende de salário de governador para sobreviver, uma vez que
teve a sorte de ter nascido em uma família abastarda, de posses e valores
financeiros de causar inveja em muitas pessoas, pois bem, isso talvez não lhe
permita enxergar a angústia vivida por famílias de servidores que trabalham o
mês inteiro e esperam ansiosamente pelo justo salário.
Como diz uma canção do Martinho
da Vila: “...não fala muito, quem sabe falar...”